domingo, 11 de novembro de 2012

Economia Verde defende modelos de produção mais sustentáveis

Agricultura orgânica e energia alternativa criam novos modelos de negócio

É possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do planeta? Um dado alarmante, publicado pela ONG norte-americana Global Footprint Network, revelou que o ser humano tem consumido mais do que a capacidade de recomposição da natureza pode suportar. Se o desenvolvimento econômico é baseado no consumo, cria-se, dessa maneira, uma espécie de cheque-mate para o futuro do planeta. Como fazer com que economias mundiais possam crescer e vencer suas crises sem agredir o planeta? A resposta pode estar no termo economia verde.
O relatório “Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da
Pobreza – Síntese para Tomadores de Decisão”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), define economia verde como aquela que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e promove a igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e a escassez ecológica. Ou seja, uma economia verde prevê baixa emissão de carbono e eficiência no uso de recursos naturais, além de ser socialmente inclusiva.
Felipe Guanaes (Foto: Divulgação)Luiz Guanaes, diretor do Núcleo Interdisciplinar
de Meio Ambiente da PUC-RJ (Foto: Divulgação)
Segundo o relatório do PNUMA, no regime de economia verde, o crescimento de renda e de emprego deve ser impulsionado por investimentos públicos e privados, que priorizem a redução das emissões de carbono e da poluição, aumentando a eficiência energética e o uso de recursos. Dessa maneira, previnem-se perdas de biodiversidade do planeta.
O Programa das Nações Unidas alerta que para a transição de uma economia marrom, que depende excessivamente da energia proveniente dos combustíveis fósseis, para a verde, que explora os recursos renováveis, são necessárias determinadas condições facilitadoras. Isso inclui regulamentos nacionais, políticas, subsídios e incentivos, mercado internacional e infraestrutura legal e protocolos comerciais e de apoio. Para Luiz Felipe Guanaes, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC (Unima), a conscientização do consumidor ditará as mudanças nos modelos econômicos.
“O mercado não é uma coisa fixa, ele vem se transformando desde o dia em que surgiu e a sua grande força de mudança é o consumidor, com seus impulsos de compra. A partir do momento em que a sociedade se conscientizar sobre o problema do meio ambiente, a tendência será a demanda por produtos ecologicamente corretos. Quanto mais consciente for o consumidor, mais ele exigirá meios de produção responsáveis em termos ambientais. Para isso, é preciso adequar o modo de produção atual”, explica o professor.

Ações em economia verde
Conforme explica Guanaes, a agricultura orgânica é uma alternativa de produção que vem assumindo cada vez mais espaço no incremento da economia verde no Brasil. “Há 25 anos, não havia demanda para esse tipo de produto, sendo que hoje esse mercado movimenta cerca de R$ 5 bilhões. Entretanto, esses produtos ainda sofrem sobretaxa devido à falta de investimento em tecnologia para baratear a produção, ficando mais caros que os tradicionais. Se conseguirmos baratear o preço dos vegetais orgânicos, incluindo também a implementação de cooperativismos mais inteligentes, eles baterão de frente com os tradicionais”, destaca.

O professor cita como exemplo a Alemanha, onde a agricultura orgânica ocupa 40% do mercado de produtos agrícolas. “Lá, há também o conceito do lixo como forma de energia. O incremento do mercado de reciclagem é uma oportunidade fantástica em todo o mundo. Na Alemanha, foi adotada uma rede de economia verde para a agricultura orgânica. A partir do lixo, grandes usinas de compostagem produzem matéria de orgânica que serve de adubo, barateando o cultivo orgânico. Ou seja, uma quantidade de energia que passava a ficar parada nos lixões, comprometendo o meio ambiente, é transformada em energia”, ensina.

No que diz respeito ao aproveitamento de energias renováveis, desde 2004, o Brasil tem investido na criação de parques com aerogeradores (hélices que fazem a captação do vento para geração de energia), que entraram em funcionamento em 2006. Como explica a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, (Abeeólica), Elbia Melo, o país possui um clima propício para esse tipo de geração de energia, que corresponde a 1%, dos 17% provenientes de fontes alternativas, do total da matriz energética do Brasil. “Nós brasileiros começamos a perceber que a nossa produção de energia eólica é muito melhor que nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, pois nossos ventos são melhores, além das condições do clima. Basicamente, empresas brasileiras que investem em produção de energia alternativas optam também pela eólica”, aponta a presidente.

fonte: Globo Ecologia
25/08/2012 06h46 - Atualizado em 25/08/2012 08h33

Como reutilizar resíduos no dia a dia

Aprenda a fazer compostagem, vassoura de garrafa PET e cesta de jornal

É difícil colocar em prática o consumo sustentável sem antes repensar o grande desperdício de resíduos na sociedade brasileira. “É praticamente impossível viver sem produzir restos, mas podemos diminuir a produção e reaproveitar ao máximo o que geramos”, observa Naira Tavares, consultora ambiental da ONG Ecomaparapendi.
É possível reutilizar esses resíduos, mesmo os orgânicos – como restos de comida – para produzir bens utilizados no dia a dia e ajudar a extrair menos recursos da natureza. “Ao reaproveitar os resíduos tanto orgânicos quanto inorgânicos estamos gerando menos lixo e assim impedindo que ele seja descartado incorretamente”, ressalta Naira. “O melhor resíduo é aquele que não foi gerado, ao reutilizar um resíduo damos uma nova utilidade a ele, impedindo seu descarte”.
Um exemplo de reaproveitamento dos resíduos é a compostagem, pela qual é possível transformar sobras de alimentos em adubo para plantas. “A composteira proporciona terra adubada e rica em nutrientes, podendo ser utilizada em qualquer tipo de plantio, inclusive o de hortas”, explica Naira. “Sugiro o cultivo de temperos e plantas adequadas a apartamentos.” Veja abaixo o passo a passo da compostagem e da produção de outros objetos a partir de resíduos reciclados:
Compostagem em casa

Material necessário: caixa plástica com tampa – tamanho 42x30x13, ou aproximadamente 13 litros; bandeja plástica; ferro de solda; luvas; faca ou tesoura; espátula ou colher de pau; esterco seco ou húmus - compra-se em floriculturas; restos de cascas de frutas, legumes, verduras, cascas de ovos, sementes, restos de poda (resíduos orgânicos); terra seca; e pó de café usado pouco úmido (borra de café).
Etapas:
1ª - Faça furos pequenos (no diâmetro do ferro de solda) no fundo da caixa e na tampa usando o ferro de solda;
2ª - Disponha na caixa os resíduos na seguinte sequência: uma camada de terra seca; uma camada de resíduos orgânicos (cascas de frutas, legumes, verduras, restos de poda); uma camada de húmus ou esterco seco; uma camada de terra seca; uma camada de resíduos orgânicos; e uma camada de esterco. No final, coloque a bandeja por baixo da caixa para reter a terra;
Compostagem (Foto: Divulgação/Recicloteca)Disposição dos resíduos na caixa para fazer a compostagem (Foto: Divulgação/Recicloteca)

3ª Misture bem o composto a cada três dias usando a espátula e as luvas. O composto estará pronto quando: estiver homogêneo, ou seja, com a mesma cor e mesma textura; exalar cheiro de terra; estiver escuro - com aspecto de borra de café seca ou terra boa; e a maioria dos resíduos estiver decomposto.
Observações:

1) Para evitar o mau cheiro e a proliferação de insetos, salpique borra de café, palha seca ou serragem por cima da compostagem;
2) Não utilize alimentos cozidos, temperados, contendo sal ou açúcar, porque estes atraem insetos e animais indesejáveis. O óleo, temperos e conservantes, dificultam o processo de decomposição dos alimentos, dando tempo para a ação de insetos e animais indesejáveis;
3) Todos os resíduos orgânicos devem ser picados;
4) Evite o excesso de alimentos cítricos, a acidez faz com que o processo de decomposição demore mais;
5) É normal e desejável que a temperatura no composto se eleve. Use o dedo como termômetro e sinta a terra morna;
6) É normal o aparecimento de algumas moscas de fruta (Drosophila sp.) e de fungos durante a decomposição;
7) É importante não compactar as camadas na caixa, o material deve estar solto para que haja oxigênio entre camadas.
No site da Recicloteca também é possível encontrar um vídeo didático com uma técnica simples para fazer uma composteira dentro de casas e apartamentos.
Vassoura de PET
Material necessário: 18 garrafas PET de 2 litros; cabo de vassoura; tesoura; estilete; furador; arame; martelo e pregos.
Etapas:
1ª Retire o rótulo da garrafa;
2ª Retire o fundo da garrafa com auxílio do estilete;
3ª Faça cortes na garrafa até a parte mais arredondada. A garrafa deve ficar com tirinhas de cerca de 0,5 cm;
4ª Retire o gargalo com a tesoura;
5ª Faça 17 peças sem gargalo e deixe uma com;
6ª Encaixe as peças sem gargalo, uma a uma, por cima da peça com gargalo.
7ª Corte a parte superior de outra garrafa e encaixe por cima da base da vassoura que acabou de preparar;
8ª Faça dois furos e encaixe o arame, atravessando todas as camadas de garrafas;
9ª Puxe o arame até o outro lado e torça as pontas para arrematar;
10ª Fixe as peças com o auxílio de dois pregos e está pronta a vassoura!
Vassoura de garrafas PET (Foto: Divulgação/Recicloteca)Passo a passo da vassoura de garrafas PET (Foto: Divulgação/Recicloteca)

Cesta de jornal

Material necessário: folhas de jornal ou revista; tesoura e verniz.
Etapas:
1ª Corte uma folha inteira de jornal em quatro partes, ao comprido. Enrole cada uma das quatro partes a partir da ponta, na diagonal, para fazer os canudos de jornal. Dica: deixe uma das pontas do canudo mais apertada que a outra;
Cesta de jornal (Foto: Divulgação/Recicloteca)Exemplo de como trançar os canudos de jornal
para fazer a cesta (Foto: Divulgação/Recicloteca)
2ª Separe sete canudos de jornal para começar a trançar. Coloque na mesa quatro canudos (canudos 1 a 4), um ao lado do outro, com distância de aproximadamente 2 cm entre eles. Para traçar a cesta:
- Pegue o canudo 5 e comece a trançar perpendicularmente aos outros quatro, na porção central. Passe por cima do canudo 1, por baixo do canudo 2, por cima do canudo 3 e por baixo do canudo 4.
- Pegue o canudo 6 e repita a operação, dessa vez começando por baixo do canudo 1, por cima do 2, por baixo do 3 e por cima do 4.
- Trance o canudo 7 da mesma maneira que o canudo 5 e o canudo 8 da mesma maneira que o 6;
3ª Pegue uma das pontas do canudo 1 e comece a trançar, passando por baixo do canudo 2, por cima do 3, por baixo do 4, por cima do 5, por baixo do 6 e assim sucessivamente;
4ª Quando o canudo 1 estiver quase todo trançado, pegue um novo canudo e emende nele para continuar a trançar. Dica: encaixe a ponta do canudo novo por dentro ou por fora da ponta do canudo 1 - lembre-se que os canudos tem uma ponta mais justa que a outra;
5ª Continue trançando até atingir o tamanho desejado para a cesta. Dica: para fazer cestas mais altas, é possível emendar novos canudos nos canudos da base (2, 3, 4, 5, 6 e 7).
6ª Quando alcançar o tamanho desejado, faça os arremates escondendo as pontas que sobrarem.
Dica: passe verniz na cesta para impermeabilizá-la. Se preferir, use verniz incolor para depois dar um acabamento com tintas coloridas.
fonte: Globo Ecologia

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Pará também sofre com o clima

Sexta-Feira, 02/11/2012, 07:31:51 - Atualizado em 02/11/2012, 07:31:51
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Assim como aconteceu nos Estados Unidos, onde cidades ficaram destruídas pelo furacão Sandy, o Pará não está livre das catástrofes naturais que podem desabrigar milhares de pessoas ou provocar alguma devastação em diversas cidades. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), considera mínimas as possibilidades de um furacão em nossa região, porém ressalta que inúmeros minitornados têm sido registrados no Estado, além da constante formação de trombas d’águas em rios próximos a Região Metropolitana de Belém, Marajó e Santarém, nos últimos dois anos.
E são vários os fenômenos naturais que podem desabrigar população de uma cidade inteira ou parte dela. A nossa região vive sob as transformações provocadas por diversas mudanças climáticas e isto tem preocupado a comunidade meteorológica. “Eu não acredito que o nosso Estado esteja totalmente imune a estes desastres ambientais, sempre tem acontecido minitornados”, ressaltou o coordenador do inmet José Raimundo Abreu.
Minitornados são rajadas de vento cuja velocidade varia de 70 Km/h até próximo a 115 Km/h (velocidade que já se consiste de um tornado). Quando isso acontece em áreas urbanas casas são destelhadas e árvores são arrancadas, o que gera transtornos para a população.
Somente na semana passada, duas ocorrências deste tipo de fenômeno foram registradas em Conceição do Araguaia, na região sudeste paraense. Lá os ventos chegaram a uma velocidade de 83,4 Km/h e provocou pânico entre os moradores.
Na capital, os ventos chegaram a atingir uma velocidade de 70 Km/h, neste segundo semestre. E o mais alarmante é que em algumas áreas formaram redemoinhos – círculos parecidos com um furacão. “A diferença entre os redemoinhos e os furacões é que os furacões acontecem nos oceanos e os ventos atingem uma velocidade de 130 Km/h e estão relacionados a elevado grau de salinidade e aquecimento das águas do mar”, definiu.

CHEIA
Em relação a preocupação se Belém, que é cercada por rios, corre o risco de sofrer alguma inundação por conta de possíveis maremotos ou terremotos, o meteorologista, a princípio, descartou a hipótese. “Não se tem dados científicos que o oceano irá inundar Belém e o arquipélago do Marajó, embora já se tenha observado um pequeno avanço do mar em Outeiro e na região litorânea”, colocou José Abreu.
Este avanço do mar tem sua origem no aquecimento global, pois as águas do oceano sofreram um aumento de temperatura. “Se você coloca a água para ferver numa panela vai perceber um aumento em seu volume, o mesmo acontece com os rios e mares que sofrem ação do aquecimento global”, comparou o meteorologista.
Em diversas cidades do oeste do Estado, também é comum a população sofrer as consequências do período de cheias e de secas dos rios durante épocas climatológicas distintas do ano. Nestas localidades, as prefeituras chegam a decretar estado de emergência e centenas de famílias são levadas para abrigos porque tem as casas invadidas pelas águas durante o inverno amazônico e sofrem escassez de alimentos durante a estiagem.
(Diário do Pará)
fonte: Diario online

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Brasil cria chip mais avançado da América Latina

Quarta-Feira, 24/10/2012, 00:11:09 - Atualizado em 24/10/2012, 00:16:51
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Brasil cria chip mais avançado da América Latina (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
Uma empresa Brasileira tornou-se a pioneira da América Latina a desenvolver um chip de 65 nanômetros (medida equivalente a um milionésimo de mílimetro). O chip mais avançado  já produzido na região é um marco na microeletrônica brasileira, ele será fabricado na Cingapura, já que aqui não há instalações para a fabricação desses semicondutores.
O chip mais avançado, contém cerca de 90 milhões de transmissores e 10 milhões de gates em uma superficíe de pouco menos de 20mm², ele é um demodulador para TV digital, que poderá equipar notebooks, tablets, smartphones, aparelhos de TV de tela plana, televisores portáteis, navegadores GPS, conversores e qualquer outro tipo de aparelho eletrônico que com ele passam a receber o sinal da TV digital, que usa uma variação do padrão japonês (ISDB-T).
Foram investidos R$ 4,5 milhões, basicamente consumidos na montagem de toda infraestrutura necessária, com estações de trabalho, máquinas com alto poder de processamento, licenças de softwares para design, simuladores, modelagem matemática, formação da equipe, treinamento, consultoria, prototipagem e testes.

Fonte: Diario Online

domingo, 28 de outubro de 2012

27/10/2012 06h48 - Atualizado em 27/10/2012 06h48

Trabalho sustentável: conheça o perfil de quem atua em 'home office'

Empresas têm buscado cada vez mais profissionais que trabalham em casa

Poluição, tráfego, estresse e tempo desperdiçado no trânsito. Até que ponto ter que se deslocar para realizar um trabalho é realmente necessário e ecologicamente correto? É inegável que o avanço da tecnologia, aliada à maior flexibilidade de algumas empresas, resultou em mudanças significativas no formato de trabalho de muitos profissionais, que passaram a produzir a partir da comodidade do lar. A antiga expressão “lar doce lar” passa a dar lugar ao termo em inglês home office, que significa escritório em casa.
Ana Finamor (Foto: Divulgação)Ana Finamor, da FGV: o meio ambiente agradece o
escritório em casa (Foto: Divulgação/Ana Finamor)
Mas não é só a vida do funcionário que tende a mudar com o trabalho feito de casa. Para a especialista em desenvolvimento humano, Ana Ligia Finamor, coordenadora dos MBAs em Gestão Empresarial e em Gestão de Pessoas, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, o meio ambiente também agradece. “Há, nesse aspecto, diversos benefícios, como a menor produção de impressão em papel, pois as apresentações e relatórios tendem a ser transferidos em meio magnético, ou virtual. Além disso, um dos principais benefícios diz respeito à menor emissão de gases do efeito estufa por causa da redução de transporte”, explica Ana.
É o caso da jornalista autônoma Manoela César, que desde 2010 resolveu encurtar a distância entre o trabalho e seu filho, passando a produzir de casa. Ela deixou de trabalhar na redação de um grande jornal para se dedicar exclusivamente ao home office. “Quando morava em Niterói, eu pegava quatro ônibus: eram dois para ir e dois para voltar. Passava pelo menos três horas do meu dia, todo dia, dentro de uma condução. Depois que me mudei para o Rio, era somente um ônibus para cada jornada”, lembra a jornalista, que é autora do blog Colher de Chá Noivas.
Mas quais são as profissões que podem produzir no formato de home office? Ana Finamor lembra que existem funções com maior possibilidade de atuação feita de forma remota. “O home office serve para funções como analistas, projetistas, profissionais de suporte de informática, consultores, entre outros. O profissional que atua de casa deve ter um perfil mais adequado para este tipo de formato, incluindo características como total conhecimento sobre o trabalho, autonomia, iniciativa, motivação, persistência, capacidade de decisão e conhecimento das ferramentas de comunicação envolvendo a tecnologia”, ressalta.
Manoela Cesar (Foto: Divulgação)Manoela Cesar, jornalista autônoma e autora do
blog Colher de Chá Noivas (Foto: Divulgação)
Para Manoela, disciplina é o que conta para poder produzir de casa e, ao mesmo tempo, cuidar do seu filho. “Tento me dividir entre cuidar dele e meu trabalho da melhor forma. Em geral, passo as manhãs com ele e, ao mesmo tempo, leio os e-mails, resolvendo as questões mais urgentes de trabalho. Depois, levo meu filho para a escola e aí sim tenho as minhas horas de trabalho sem intervalos. Não é raro precisar produzir de madrugada, mas, apesar disso, sou muito mais feliz trabalhando de casa e é isso que eu quero para minha vida”, comemora a jornalista.
Ana Finamor conta que muitas empresas estão adotando o formato de home office para alguns de seus funcionários. Para ela, dois fatores principais estimulam esse modelo: são eles o incremento de tecnologia e a logística, incluindo transporte residência-escritório. “Hoje em dia, com o conceito de empregabilidade, que é o próprio profissional responsável pela sua carreira, tem se percebido um comprometimento e motivação maiores neste formato de trabalho, pois o profissional se vê desafiado a mostrar resultado, dando retorno, quando é o caso, para a empresa que demonstrou confiança em compartilhar este tipo de trabalho”, aponta.
Dentre os formatos de trabalho atualmente adotados pelas empresas que possuem funcionário em regime de home office, a coordenadora destaca dois. “Um é mais flexível, no qual o objetivo é a entrega de determinada tarefa. Já o outro é requerido o cumprimento de um horário tradicional. Nesse caso, o funcionário precisa trabalhar em determinado horário para atender ao cliente, ou se relacionar com outros funcionários da empresa em tempo real”, explica a especialista.
Com relação às tecnologias que propiciam pessoas de produzirem de casa, a coordenadora destaca algumas delas, sendo a principal o computador. “Tem também os tablets e os smartphones com acesso à internet, incluindo ferramentas de chat e de busca, como o Google, por exemplo. Eventualmente, é preciso também de uma linha telefônica. Todas essas ferramentas permitem o trabalho à distancia com uma certa facilidade”, conclui a especialista.

Fonte: Globo Ecologia
27/10/2012 06h49 - Atualizado em 27/10/2012 06h57

Restos de alimentos, que antes eram jogados no lixo, agora viram adubo

Entenda como é possível transformar resíduos orgânicos em aditivo agrícola

Qual é a primeira coisa que vem à cabeça quando o assunto é reciclagem de lixo? Acertou quem pensou em papelão, vidros, ou qualquer tipo de metal. Entretanto, o que talvez muitos não saibam é que os resíduos orgânicos, também conhecidos como lixo úmido, também podem ser reciclados, sendo transformados, em muitos casos, em adubo. Em setembro, o programa Cidades e Soluções, da Globo News, apresentou alguns casos de sucesso de empresas que vêm apostando no reaproveitamento do lixo como forma de contribuir para a sustentabilidade do planeta.
Segundo a reportagem, somente por ano, 22 milhões de toneladas de alimentos têm um destino certo: os aterros sanitários. Quando abandonados a céu aberto, os resíduos orgânicos se transformam em chorume, líquido que contamina as águas subterrâneas. Além disso, devido ao processo de decomposição, o lixo orgânico produz gás metano (CH4), que é extremamente nocivo à camada de ozônio. Como se não bastasse, esse tipo de dejeto atrai animais como ratos e diversos tipos de insetos, propiciando a propagação de doenças.
Vide Verde (Foto: Divulgação)A Vide Verde produz cerca de 30 toneladas de
adubo a partir do lixo orgânico (Foto: Divulgação)
Como explica Marcos Rangel, diretor comercial da empresa Vide Verde, uma das primeiras do Brasil a aproveitar comercialmente os resíduos orgânicos, os transformando em adubo, o país ainda tem muito a evoluir neste setor. “Apenas 5% dos resíduos orgânicos são aproveitados no Brasil em sistemas de reciclagem de nutrientes e no aproveitamento energético. Uma pena, não pelo aproveitamento energético, já que temos matrizes limpas no Brasil, mas pelo não aproveitamento de nutrientes para a produção agrícola. Temos que importar alguns nutrientes para esse tipo de uso, enquanto estamos jogando tudo no lixo”, alerta Marcos.
Conforme exibido no programa, o volume de alimentos que se joga fora no Brasil daria para alimentar, aproximadamente, 30 milhões de pessoas por ano. Além do que sobra no prato do brasileiro, o desperdício começa no campo e se agrava no transporte de frutas, legumes e verduras, bem como nos seus respectivos armazenamentos inadequados. Além disso, existe toda a questão ambiental, já que para cada quilo de alimento descartado nos aterros sanitários são emitidos 400 gramas de gás na atmosfera. Já nas composteiras, locais onde o lixo orgânico sofre o processo de decomposição de forma controlada, a emissão cai para quatro gramas por quilo, ou seja, cem vezes menos.
Apesar de o cenário não ser tão promissor no Brasil, no que tange o reaproveitamento do lixo orgânico, o programa da Globo News mostrou que algumas empresas já fazem a destinação correta do lixo úmido que produzem. É o caso da L’Oréal Brasil, que gera em sua fábrica algo em torno de cinco toneladas de lixo orgânico por mês, proveniente, principalmente, do refeitório. Outra empresa que vem trabalhando o reaproveitamento sustentável do lixo é a White Martins, que recicla 98% dos resíduos gerados na fábrica, sendo que desse total o lixo orgânico corresponde de 15 a 18%.
Transformando lixo em adubo
A Vive Verde foi uma das primeiras empresas a acreditar no potencial do lixo orgânico como fonte de renda, iniciando suas atividades em 2007. Atualmente, a companhia tem faturamento mensal de 100 mil reais e atende a cerca de 30 grandes clientes. “A Vide Verde produz aproximadamente 30 toneladas de adubo por mês, que são distribuídos para o estado do Rio de Janeiro. Já temos o interesse de outros estados pelo nosso produto. Começamos nossa operação em Resende. Atualmente, já temos mais uma planta em operação, localizada em Magé, que entrou em funcionamento em 2010”, conta Marcos.
Para cada dez quilos de lixo orgânico, é gerado um quilo de adubo, conforme explica o diretor comercial. A empresa criou um processo próprio de aceleração da compostagem do lixo orgânico, que requer misturá-lo à palha, tendo como elemento fundamental a adição de um catalisador específico, feito à base de lactose e algumas leveduras.
“A compostagem é um processo microbiológico de decomposição da matéria orgânica. Ele é simples, mas exige um acompanhamento constante. Temos que sempre monitorar a umidade, a relação carbono/nitrogênio, a temperatura, entre outros fatores. Além disso, temos que ficar de olho na presença de oxigênio, que deve ser bem balanceado para que o resultado seja positivo”, explica Marcos, lembrando que o processo normal de compostagem dura de cinco a seis meses e que com a tecnologia criada pela Vide Verde, esse período cai para 40 dias.
Fonte: Globo Ecologia

domingo, 14 de outubro de 2012

09/06/2012 06h52 - Atualizado em 11/06/2012 13h48

As diferentes formas de aproveitar a energia solar em sua residência

Enquanto a energia termossolar aquece a água usada para higiene pessoal, as placas fotovoltaicas são utilizadas para produzir energia elétrica

Os sistemas de energia fotovoltaica fincionam bem em dias nublados (Foto: Divulgação)O preço das placas depende de diferentes
fatores, como o tamanho (Foto: Divulgação)
Há várias formas de se aproveitar a energia solar. Atualmente, as mais utilizadas são a térmica - para aquecer a água - e a geração fotovoltaica de energia elétrica. No Brasil, a primeira é mais encontrada nas regiões Sul e Sudeste, por conta de suas características climáticas, e a segunda, nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades isoladas da rede de energia elétrica.
A produção de energia térmica é feita a partir do uso de coletores solares. Estas estruturas são mais utilizadas em construções residenciais e comerciais – por exemplo, hotéis, restaurantes, clubes, hospitais - para aquecer de água usada na higiene pessoal e serviços de limpeza.
A energia térmica obtém calor e a fotovoltaica, eletricidade, podendo ou não necessitar de baterias. Existem diferentes tipos de usinas (ou sistemas) fotovoltaicas:
• Conectados à rede: tipo mais usado de instalações fotovoltaicas, normalmente sobre o telhado de casas e escritórios. Precisa da presença de um inversor, aparelho que transforma a energia em corrente contínua para corrente alternada. A energia gerada pelos painéis é entregue a rede elétrica convencional;
• Isolados: instalados em áreas de difícil acesso a rede elétrica, como zonas rurais, necessitam de um meio de armazenamento com, por exemplo, baterias. Esses sistemas podem gerar energia apenas para uma residência ou podem ser instalados em mini-redes para atender a uma pequena comunidade;
• Híbridos: a geração fotovoltaica funciona em conjunto com outras fontes energéticas, como eólica ou diesel. Considerados mais complexos, os sistemas híbridos exigem um controle capaz de integrar diferentes formas de geração de energia. Estes sistemas podem estar conectados a rede, isolados ou ter o apoio da rede.
• Usinas solares: são também conectadas à rede e produzem uma grande quantidade de eletricidade em um único ponto. Podem ser instaladas sobre grandes edifícios industriais ou no solo próximo a indústrias que exigem intenso consumo de energia.
Energia solar em casa (Foto: Divulgação)A área disponível é um fator importante para a
instalação das placas (Foto: Divulgação)
As estruturas dos sistemas de energia solar fotovoltaica são formadas por células, as unidades básicas que compõe os painéis. Já os painéis são instalados em conjunto, formando assim um módulo fotovoltaico. “O preço dos sistemas de placas fotovoltaicas está mais ligado à aplicação, à eficiência do material, à área em que o consumidor pretende construí-lo e à potência desejada”, explica Paula Scheidt Manoel, gerente de projetos do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal).
Outros pontos importantes para o consumo são os aspectos arquitetônicos , ou seja, a forma do projeto,  e a área disponível para implantação, em relação à potência instalada para verificar se serão necessários módulos mais eficientes ou não. “A maioria dos sistemas instalados hoje no mundo estao conectados à rede, com um grande uso instalado em edificações", completa Paula.
A principal matéria prima das células fotovoltaicas é o silício. Segundo Paula, as placas mais encontradas no mercado atual são as feitas com silício cristalino (c-SI), que apresentam melhor custo-benefício. O silício monocristalino (m-Si), além de ser a mais antiga tecnologia fotovoltaica, é também o que têm maior eficiência para fins comerciais. No caso do silício policristalino (p-Si), como o próprio nome já diz, as células são formadas por diversos cristais. Justamente por causa das bordas das partículas de cristais, a eficiência das células de policristalino é menor que as monocristalino.
Já o silício amorfo hidrogenado (a-Si) é usado para fabricar filmes finos, que são células mais maleáveis e flexíveis. “Esse material pode ser usado em fachadas de edifícios e coberturas, como de estádios de futebol”, exemplifica Paula. Se houver uma grande disponibilidade de área e um valor fixo de potência energética desejada, o mais indicado seria o uso de filmes finos, que apesar de terem menor eficiência, são mais baratos.
Paula Scheidt fala sobre o consumo de placas fotovoltaicas (Foto: Divulgação)Paula Scheidt fala sobre o consumo de placas
fotovoltaicas (Foto: Divulgação)
Uma das principais vantagens das placas fotovoltaicas, de acordo com Paula, é consumir a energia onde está sendo gerada. Outra é a capacidade de aumentar a capacidade instalada da maneira mais rápida por conta da modularidade das placas. Por exemplo, se uma pessoa instalar placas apenas em metade da área do seu telhado, é possível depois mandar instalar no resto da área em prazos mais curtos de instalação.
São pontos relevantes também o curto tempo de instalação das placas e o baixo impacto ambiental que elas geram. Vale destacar que os sistemas fotovoltaicos também operam em dias nublados. Devido à reflexão dos raios solares, dias levemente nublados podem resultar em campos com mais energia do que dias sem nenhuma nuvem no céu.
Existem duas possibilidades para comprar placas fotovoltaicas. “Há empresas que projetam todo o sistema fotovoltaico para a demanda do cliente e já instalam na casa do comprador, chamadas de empresas integradoras. Mas também é possível comprar direto com os fabricantes”, explica. Essa alternativa é menos recomendada por causa da instalação.
“Em geral, se pensarmos em termos de outros tipos de usinas energéticas, as de placas fotovoltaicas são relativamente mais fáceis de instalar .” No entanto, ainda é necessário que as células fotovoltaicas sejam instaladas por profissionais especializados, para evitar possíveis riscos ao sistema e à própria segurança do consumidor.

Fonte: Globo ecologia

sábado, 22 de setembro de 2012


15/09/2012 06h41 - Atualizado em 15/09/2012 06h54

Política visa democratizar acesso a orgânicos e aumentar sua produção

Isentos de resíduos químicos prejudiciais à saúde humana e animal, alimentos são mais seguros, não contaminam o meio ambiente e duram

Alimentos orgânicos (Foto: Divulgação / Brasilbio)Alimentos orgânicos (Foto: Divulgação / Brasilbio)
Por pura falta de informação, muitos confundem o alimento orgânico com o natural, o hidropônico e até o transgênico. Mas os conceitos são totalmente diferentes e a Associação Brasileira de Orgânicos (Brasilbio) vem lutando desde 2004 para divulgar a importância para o país da produção orgânica, que cresce vertiginosamente principalmente na Europa e nos Estados Unidos. No mundo todo, os orgânicos geram em torno de R$ 95 bilhões por ano com seus 60 milhões de hectares de terras próprias para esse tipo de cultivo.
“O cenário brasileiro tem crescimento de aproximadamente 20% ao ano, mas o mercado ainda é tímido e pouco estruturado, gerando em torno de R$ 14 milhões. Temos 809 mil hectares representando apenas 0,3% de toda área, com 90 mil produtores cadastrados, segundo o Censo 2006. Apenas 10% desses produtores são certificados pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, explica Lutero Couto, vice-presidente da Brasilbio. "O que nossa associação propõe é a democratização do consumo de orgânicos, ou seja, de alimentos saudáveis, e isso implica em produção em escala e a preços civilizados.”
A agricultura orgânica costuma ser relacionada a produções em pequena escala. Mas desde dezembro de 2003, os produtores vêm se adequando e adaptando às regras impostas pela Lei nº. 10.831, que em seu artigo 1º sacramentou “o sistema orgânico de produção agropecuária é todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais”. Em agosto deste ano, o Diário Oficial da União publicou o decreto 7.794, que institui a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, assinado pela presidenta Dilma Rousseff. Os objetivos são integrar, articular e adequar políticas, programas e ações indutoras da transição agroecológica, da produção orgânica e de base agroecológica, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população.
“A Lei de 2003 regulamentaria, mas faltava uma política do setor que olhe o orgânico não como nicho, mas como um dos eixos de desenvolvimento sustentável do país. A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica define um marco regulatório. Até a edição deste decreto, o orgânico era voltado para a classe A e B e para a exportação. Um dos esforços hoje é para colocarmos o alimento orgânico nas escolas”, diz o vice-presidente da Brasilbio. “A legislação estimula o resgate de técnicas tradicionais de manejo de produção biologicamente sustentável, que foram extinguidas pelo manejo convencional que utiliza produtos químicos.”
Alimentos orgânicos (Foto: Divulgação / Brasilbio)Alimentos orgânicos (Foto: Divulgação / Brasilbio)
Desde a década de 1970, quando o processo orgânico começou a ser difundido no meio acadêmico e científico, novas tecnologias foram desenvolvidas e estudos realizados para evitar pragas e doenças sem a utilização de agrotóxicos:
“Uma planta nutricionalmente equilibrada fica resistente aos ataques de insetos e outros seres danosos. Para combater as pragas é preciso usar adubação orgânica com adubos minerais pouco solúveis, bem como micronutrientes. Desta forma, a planta recebe os nutrientes de maneira gradual e necessária. Na produção agroecológica, não eliminamos insetos predadores nem aranhas ou mesmo passarinhos. Eles são inimigos naturais das pragas de nossa lavoura”, comenta Lutero Couto.
Diferente da produção convencional, a produção de orgânicos não utiliza agrotóxicos, transgênicos, fertilizantes sintéticos. Além disso, não são processados com radiação ionizadora ou aditivos, seja na questão nutricional da planta ou no tratamento contra doenças e pragas. Esses alimentos são isentos de quaisquer resíduos de agroquímicos prejudiciais à saúde humana e animal, são mais seguros para o consumidor e não contaminam o meio ambiente. E, de acordo com Lutero Couto, os alimentos ainda podem ficar mais tempo na geladeira:
“Os alimentos orgânicos têm melhor valor nutricional porque são produzidos em solo mais equilibrado em nutrientes. São ricos em minerais e fitoquímicos. Eles têm menor toxicidade, pois possuem menos resíduos de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, de hormônios e drogas veterinários usadas na produção animal ou aditivos químicos, de vitaminas e minerais sintéticos e de substâncias radioativas resultantes do processamento dos alimentos. Os métodos de higienização e processamento buscam manter a qualidade nutricional, o sabor, o odor e a textura originais, além do aspecto natural do alimento. Por isso, os orgânicos são mais saborosos. E os alimentos orgânicos ainda duram mais, uma vez que a adubação sintética nitrogenada, proibida na agricultura orgânica, leva a um aumento no teor de água dos vegetais, tornando os alimentos mais perecíveis.”

fonte: Globo Ecologia

22/09/2012 06h49 - Atualizado em 22/09/2012 06h49

Relatório da ONU explica como a água contaminada prejudica a saúde

Estudo também fala como a poluição hídrica pode impactar ecossistemas. Outra pesquisa das Nações Unidas fala sobre sistemas de tratamento de água

Sick Water (Foto: Divulgação/OMS/FAO/UNESCO/IWMI)Ciclo da água utilizada ao longo da cadeia de abastecimento (Foto: Divulgação/OMS/FAO/UNESCO/IWMI)



Com o grande crescimento populacional e urbano em todo o planeta, expandir e intensificar a produção de alimentos coloca pressão sobre os recursos hídricos, além de aumentar a descarga não regulamentada ou ilegal de água contaminada diretamente nos ecossistemas. As estatísticas são gritantes: dois milhões de toneladas de esgoto, bem como resíduos industriais e agrícolas são descarregados em cursos de água do mundo, de acordo com relatório publicado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) em 2010.
Isso representa uma ameaça global para a saúde humana e para o meio ambiente, assim como tem consequências imediatas e de longo prazo nos esforços de redução da pobreza e da miséria. Pelo menos 1,8 milhão de crianças menores de cinco anos de idade morrem a cada ano de doenças relacionadas com a água, ou uma a cada 20 segundos. Mais de metade das camas dos hospitais do mundo estão ocupadas com pessoas que sofrem de doenças relacionadas à água contaminada e mais pessoas morrem por conta do problema do que de todas as formas de violência, incluindo as guerras.
Esses e outros dados estão presentes no relatório “Sick Water? – The Central Role of Wastewater Management in Sustanaible Development” (“Água Doente? – O papel central da gestão das águas residuais no desenvolvimento sustentável”), publicado pelo Pnuma em 22 de março de 2010, Dia Mundial da Água. As estatísticas mostram que a água doce e os ecossistemas costeiros de todos os continentes, dos quais a humanidade depende há milênios, são cada vez mais ameaçados. Fica igualmente claro no estudo que as demandas futuras de água não poderão ser supridas enquanto a gestão de águas contaminadas – também conhecidas como residuais – não for solucionada.
O estudo foi montado com base em dados relacionados à qualidade da água em todo o planeta, fornecidos pela ONU-Habitat, pela Organização Mundial de Saúde – OMS, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO (sigla em inglês), pela ONU Água, pela Unesco, entre outros programas da ONU.
"Sick Water": Relatório da ONU sobre paguas residuais (Foto: Divulgação/UNEP/UNHABITAT)1,8 milhão de crianças morrem por ano de doenças
relacionadas à água contaminada
(Foto: Divulgação/UNEP/UNHABITAT)
De acordo com o relatório, as águas residuais são definidas como "uma combinação de um ou mais dos seguintes: efluentes domésticos compostos de águas negras (fezes, urina e lama fecal) e águas cinzas (águas residuais de cozinha e banhos); águas de estabelecimentos comerciais e instituições, incluindo hospitais; industrial de águas pluviais, efluentes e outros canais urbanos; efluentes da agricultura, horticultura e aquicultura matéria, tanto ou dissolvidos quanto suspensos”.
Segundo o GRID-Arendal – centro colaborativo do Pnuma sediado na Noruega –, as águas residuais são vetores de doenças e contribuem para o aumento dos níveis de mortalidade e morbidade (incidência relativa de uma determinada doença). “As águas residuais podem contribuir para problemas de saúde nas seguintes maneiras: primeiro pela transmissão de doenças por micróbios de água fecal que contaminam o corpo quando a água é ingerida; segundo, por piscinas e coletas de águas residuais que permitem a multiplicação de vetores de doenças humanas”, informa a instituição.
Além de serem altamente prejudiciais à saúde humana, as águas residuais também contribuem para impactos em diferentes ecossistemas, como o derretimento das calotas polares. O GRID-Arendal explica que a falta de tratamento das águas residuais provoca emissões de gases - particularmente de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N20)  -, que contribuem para o efeito estufa, conduzindo a temperaturas mais elevadas, o que, por sua vez leva à fusão das calotas polares”.
Cuidados com as águas
Antonio Felix Domingues (Foto: Divulgação/Raylton Alves/Banco de Imagens ANA)Antonio Felix Domingues (Foto: Divulgação/
Raylton Alves/Banco de Imagens ANA)
Enquanto o “Sick Water” aborda os males das águas residuais, o relatório “Clearing the Waters: a focus on water quality solutions”, lançado no mesmo dia que o primeiro, foca nas soluções práticas de problemas que envolvem a situação da água em vários locais do planeta. “A publicação incita toda a comunidade internacional, e não apenas os governos, a agirem com responsabilidade e cooperação”, explica Antonio Felix Domingues, que coordenou a tradução da publicação do Pnuma pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Sob o título “Cuidando das Águas – soluções para melhorar a qualidade dos recursos hídricos”, a tradução incluiu um capítulo sobre ações e programas da ANA e de outras instituições, cujo objetivo é melhorar a qualidade das águas no Brasil.
Sem dúvida o principal desafio para a manutenção da qualidade das águas ou a reversão de mananciais de situação crítica é o lançamento de carga orgânica, ou seja, esgotos, nos mananciais. Para reverter esse quadro são necessários investimentos em ampliações do sistema de coleta de esgotos, em Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), ou no aumento de sua eficiência. “A melhoria da qualidade das águas ao longo das próximas décadas dependerá de um esforço conjunto de vários setores da sociedade e demandará recursos significativos”, completa Domingues.

fonte: Globo ecologia

Cerca de 30 milhões de hectares precisarão ser reflorestados

Ação deverá ocorrer por causa das exigências do Novo Código Florestal

por Agência Brasil
 Shutterstock
“A gente conta com o processo de educação ambiental, em que as pessoas compreendam e o agricultor também compreenda que a preservação do meio ambiente também é um ativo da sua propriedade”, disse Vargas.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse nesta terça feira (5/6) que, de acordo com o novo Código Florestal Brasileiro, será necessário reflorestar cerca de 30 milhões de hectares de terras. Para fazer uma comparação, a área plantada com grãos na safra 2011/2012 alcançou 51 milhões de hectares. Apesar do tamanho da área, o ministro disse que nenhum produtor terá sua propriedade inviabilizada economicamente e afirmou contar com a conscientização da população e dos produtores.
“A gente conta com o processo de educação ambiental, em que as pessoas compreendam e o agricultor também compreenda que a preservação do meio ambiente também é um ativo da sua propriedade”, disse Vargas.
Sobre as mais de 600 emendas recebidas pela Secretaria de Comissões Mistas do Senado com sugestões de mudanças no texto da medida provisória que pretende acabar com as brechas deixadas pelos vetos ao texto do novo Código Florestal, o ministro disse que o governo respeita o processo democrático e que qualquer contribuição que sirva para aperfeiçoar será aplaudida, mas espera que não seja criado um novo impasse.
“Há os que desmataram e os que preservaram. Não podemos configurar anistia”, explicou o ministro, dizendo também que os agricultores que não aderirem no plano de recomposição não devem receber financiamentos do Estado.
Durante o programa, Pepe Vargas respondeu também a perguntas sobre reforma agrária e criticou a demora para se julgar a ação direta de inconstitucionalidade (Adin) para reduzir os juros compensatórios de 12% pagos na desapropriação de terras.
“Essa Adin está tramitando há dez anos. Com toda a redução da taxa Selic, com toda adaptação do sistema financeiro, pagar 12% de juros compensatórios é um acinte. Assim, vale a pena ser desapropriado, remunera melhor do que qualquer fundo de investimento”, disse após o programa.
“Eu não vou entrar na pauta do [Supremo Tribunal Federal] STF, mas essa não é uma pauta menor, porque quebra o princípio da economicidade, que é um princípio constitucional, inclusive”, destacou.
O ministro falou ainda sobre a possibilidade de se fazer compras diretas da agricultura familiar pela internet, o que deve começar a ocorrer a partir de novembro, com lançamento previsto na Feira Nacional da Agricultura Familiar, no Rio de Janeiro, este ano. “Estamos priorizando cooperativas e associações pra eles venderem para clientes como supermercados, redes de hotéis, e também aos programas de compras governamentais, porque é isso que viabiliza o mercado mais consistente. Depois, a gente vai para a pulverização.”
Fonte: Globo Rural

terça-feira, 28 de agosto de 2012



Milton Santos
Globalização e reorganização histórica
As ideias, em várias áreas do conhecimento humano, do geógrafo e grande pensador Milton Santos, um dos pouquíssimos brasileiros ganhadores de um Prêmio Nobel até o momento, suscita uma reflexão sobre a história atual do Brasil - e do mundo! - para um melhor entendimento de suas efetivas mudanças sociais e éticas

Por Adriana Venâncio



Trazer Milton Santos (1926-2001) como referência para discutir a respeito da globalização é perceber os impactos que esse fenômeno vem trazendo para as relações econômicas e sociais da atualidade. Para o autor, essa “faca de dois gumes” pode impulsionar uma reorganização histórica a partir de novos parâmetros de desenvolvimento e convivência para a humanidade.
Embora tenha sido o único Prêmio Nobel Brasileiro da Geografia até o momento, conquistado em 1994, Milton Santos teve ideias que perpassaram por muitas áreas do conhecimento, ensinando as pessoas a compreenderem o seu próprio tempo, percebendo-se como parte integrante dele, dentro de uma certa “ordem mundial”.
Ainda como estudante, foi o responsável pela fundação da União Brasileira dos Estudantes Secundários, escreveu no jornal O Momento, além de ser o diretor da Imprensa Oficial e, ao mesmo tempo, professor da Universidade Federal da Bahia. Foi professor de várias outras universidades, entre elas a Universidade de São Paulo (USP), também deu aula e atuou como pesquisador em universidades do exterior. Ficou exilado na França durante o Regime Militar, após ter sido preso, e, retornou ao Brasil em 1978. Sempre teve uma militância política nas discussões democráticas do país e foi, talvez, um dos mais sensíveis críticos dos efeitos da globalização no Brasil e no mundo.
Mazelas de um mundo globalizado
Todos os dias chegam-nos notícias dos mais diversos meios e fontes de comunicação de que em algum local do mundo pessoas morrem de fome; ou que os índices salariais caem cada vez mais; ou que as grandes empresas mais poluidoras do mundo não estão preocupadas efetivamente em mudar suas políticas em relação ao meio ambiente; ou que as taxas de pobreza continuam aumentando em muitos lugares do planeta e que a violência cresce, mesmo nos ambientes de maior crescimento econômico.
Esses problemas são de fato notados por muitos de nós, porque, de uma maneira ou de outra, somos afetados diretamente por eles. Mas embora nos afetem, percebê-los e constatar que eles existem não nos habilita para atuar no sentido de combatê-los para que possam ser superados realmente.
Esse sentimento de inação, embora nos deixe aparentemente atados por não sabermos ao certo o que fazer para mudar tais realidades, pode estar ligado a nossa falta de percepção política e social sobre o que esses problemas podem causar em nossa vida. Milton Santos observa que o estágio atual da globalização está produzindo mais e mais desigualdades sociais, e, ao contrário do que se esperava no passado, continuam crescendo o desemprego, a pobreza, a fome, a insegurança do cotidiano, em um mundo onde se ampliam as fraturas sociais. Sedados diante de tais realidades, o que poderia justificar esse tipo de imobilidade social à qual nos submetemos constantemente em nosso dia a dia?

Deusa grega da justiça divina
Entre a fantasia e o real
Na Antiguidade Clássica, era muito conhecido entre os gregos o drama vivido por duas Deusas que se odiavam brutalmente, ao ponto de nunca poderem ser vistas uma pela outra. Eram elas a deusa da justiça e a deusa da mentira. No Olimpo, um dos desafios de Zeus e dos outros deuses e deusas era o de arranjar para que nunca uma delas se encontrasse com a outra. E dessa forma, era comum o fato de que onde se encontrava a deusa da justiça, jamais a deusa da mentira poderia ser vista. E a paz reinava em todos os campos e lugares.
No entanto, é sabido por todos que grandes festas eram realizadas pelos deuses para celebrar seus feitos entre os homens. E foi em uma dessas festas consagradas por Baco, com os melhores vinhos, que talvez uma das maiores tragédias da história do Olimpo sucedera: após intermináveis dias de comemoração, a embriaguez era sem dúvida a única que reinava. Nesse ambiente, já farta de tanto vinho, a deusa da justiça resolve ir até os jardins daquele templo para tomar o ar fresco que lhe traria mais ânimo para prosseguir nos festejos. Porém, o mesmo se deu com a deusa da mentira, também já indisposta de tanta beberagem. E foi assim, em uma sequência de fatos que o inevitável aconteceu: em um encontro súbito cada uma delas desembainhou imediatamente sua espada, em uma luta desenfreada e sangrenta de golpes que se seguiam sem trégua.

A globalização está produzindo mais e mais desigualdades sociais...
Durante horas que pareciam infinitas, elas duelaram como jamais se tinha visto em todo o Olimpo, adentrando inclusive os primeiros raios que nasciam pela manhã. Dessa forma, depois de longos e exaustivos esforços investidos de uma contra a outra, a deusa da justiça consegue empreender um golpe fatal, cortando em definitivo a cabeça da deusa da mentira. Mas o que não era previsto também aconteceu e, em uma ironia do destino, a deusa da justiça recebeu simultaneamente o mesmo golpe daquela que atingira, perdendo também a própria cabeça.
“A chamada globalização como fábula é, para Milton Santos, a prática hábil do mercado em vender ‘mentiras’ fantasiadas de ‘justiça social’”
O que se seguiu talvez justifique as maiores tragédias e injustiças que vêm acontecendo ao longo de todos os tempos nos mais diversos pontos da Terra: a deusa da justiça saiu tateando ao seu redor em busca de sua cabeça e assim que encontrou algo semelhante, restituiu o achado ao seu local de origem. Da mesma forma procedeu a deusa da mentira. Nesse momento, já extasiados com tanta brutalidade, os deuses do Olimpo assistiram à cena que mudaria completamente o curso da humanidade: foi o momento em que ambas as deusas trocaram para sempre as suas cabeças, de modo que desde então nunca mais se soube ao certo o que poderia representar, de fato, a justiça ou a mentira.
Talvez esse mito originário da Antiguidade Clássica possa nos ajudar a figurar, ainda que através do caminho da narrativa lírica, um pouco da dualidade que passou a existir em relação ao conceito de justiça embutido nos valores humanos de nossa sociedade atual, tão entranhada em uma ideologia globalizada. Nesse movimento, a chamada globalização como fábula é, para Milton Santos, a prática hábil do mercado em vender “mentiras” fantasiadas de “justiça social”.

e, ao contrário do que se esperava, continuam crescendo o desemprego, a pobreza, a fome e a insegurança
“A grande tarefa pedagógica do momento histórico atual é a de capacitar os cidadãos para criticarem o consumismo e reaprenderem as tarefas da cidadania”
Para que as pessoas possam compreender a dupla face desse tipo específico de “justiça” é preciso que a Educação, o Estado e os demais meios de informação assumam também o papel de denunciar a imensa distância que separa um e outro. Em outras palavras, é preciso que cada cidadão tenha consciência de que o consumismo passou a existir como uma lei permanente da vida das pessoas e deixou de ser o meio, para ser o fim dos problemas de todas as necessidades humanas. É fundamental que cada cidadão possa entender que a prática do “sobre consumo” gera um sentimento ilusório de realização pessoal (tão bem instilados pela força de mercado) e que isso garante a continuidade do sistema lucrativo das grandes empresas internacionais. Para Milton Santos, a produção e informação globalizadas permitem a emergência de um lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais que constituem o verdadeiro motor da atividade econômica.
Educar para quê?
A grande tarefa pedagógica do momento histórico pelo qual estamos passando é a de capacitar os cidadãos para criticarem o consumismo e reaprenderem as tarefas da cidadania, objetivos que não podem ser alcançados separadamente. Infelizmente, o próprio Brasil sofreu com uma conivência do Estado, da Educação e dos meios de informação no sentido de colaborar com essa vertente consumista. É dessa forma que a ideologia do consumo foi ficando cada vez mais impregnada na população em geral.
Ao discutir sobre a “doença” do comprar desenfreado, Milton Santos nota que a primeira reação da população pobre, como qualquer outra, é a do consumo e que isso é normal, mas que depois se descobre que não basta consumir, ou que para consumir de forma permanente, progressiva e digna é necessário ser cidadão.
Dessa forma, um grande dilema a ser desvendado em nossa atualidade é a confusão entre quem é o cidadão e quem é o consumidor, pois a educação, a moradia, a saúde, o lazer aparecem como conquistas pessoais e não como direitos sociais. Essa doença cívica vai tomando um lugar sempre maior em cada indivíduo, o lugar do cidadão vai ficando menor e até a vontade de se tornar um cidadão por inteiro se reduz. Talvez por isso, esses que são, na realidade, tidos como bens públicos, passem a não sê-lo, transitando do lugar de “dever social” do Estado para o de bens de mercado.

Atualmente a educação, a moradia, a saúde, o lazer aparecem como conquistas pessoais e não como direitos sociais...
A distribuição de renda piorou na maior parte do mundo em 2011. Os países que ocupam as 10 últimas posições no Índice de Desenvolvimento Humano são todos da África Sub-sahariana
Os intelectuais e suas ideias
Quando se discute o papel do intelectual no Brasil, nota-se no discurso de Milton Santos uma grande coerência entre o que sugere como sendo o dever a ser cumprido por todo intelectual brasileiro e o seu próprio exemplo de grande pensador e militante das causas humanas, em diferentes contextos econômicos, sociais, políticos e culturais do Brasil.
Ao tratar dos elementos que considera particularmente importantes nessa atuação, ressalta que em um mundo em que as ideias são um respaldo necessário aos processos de reconstrução democrática, os intelectuais apresentam um papel fundamental. No entanto, destaca que, na atualidade, esses mesmos intelectuais têm destinado seus esforços mais no sentido de favorecer uma militância de discursos ambíguos e momentâneos do que para um trabalho permanente e gradual de conscientização coletiva.
“A prática do consumo gera um sentimento ilusório de realização pessoal e isso garante a continuidade do sistema lucrativo das grandes empresas”
Os intelectuais, segundo Milton Santos, deveriam se esmerar em fazer eco às reivindicações mais profundas das populações carentes, no sentido de intervirem nos projetos políticos e sociais do país. Dessa forma, caberia a eles oferecer à sociedade, por meio dos mais diversos segmentos, organizados ou não (associações, sindicatos, igrejas, partidos), uma profunda reflexão social de sua própria realidade contraditória, alertando-os sobre as possibilidades de um fazer político que esteja condizente com as demandas e interesses sociais da maioria da população.
Talvez por essa imensa preocupação em relação às intervenções que os intelectuais deveriam carregar como princípio de sua práxis, nosso pesquisador brasileiro define que, para ele, intelectual é o indivíduo que tem um compromisso único com a verdade e que está muito mais preocupado com o prestígio do que com o poder.

1. Milton Santos, um dos grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de 1970 / 2. Vilém Flusser, filósofo tcheco naturalizado brasileiro / 3. Hilton Japiassu, filósofo
Se entender o mundo de hoje é um problema para os intelectuais brasileiros, o nosso prêmio Nobel da Geografia Brasileira observou que nas teses, de um modo geral, de praticamente todos os centros e faculdades, o mundo é quase ignorado. E estudar o mundo é, segundo ele, trabalhar com o “como” ensinar à população sobre o que é o mundo, quais são as relações que comandam a vida nacional, como é que os fenômenos sociais e econômicos se realizam, por meio de um discurso crítico e não de uma mera análise.
Nesse sentido, observa Hilton Japiassu, que a Ciência está ainda em débito com o objeto de estudo “homem”. Nessas premissas, destaca a dificuldade cada vez maior em se praticar a pesquisa onde o homem é ou deveria ser tomado como o elemento fundamental, em um lugar em que a Ciência está voltada ao setor econômico e à produção e aumento de bens de consumo.
É nesse ambiente que as ciências humanas acabaram por contribuir com o desaparecimento de numerosas civilizações equilibradas. Nessa herança, cabe agora, e mais do que nunca, aos intelectuais a responsabilidade por terem compreendido demasiadamente tarde que o homem deveria ter sido estudado, antes de tudo, como ser humano, e não, prioritariamente, como um cliente possível.
Talvez uma das maiores contribuições da filosofia seja a de ajudar a resgatar a liberdade humana. Segundo Flusser, a filosofia é necessária porque, mesmo em um mundo programado por grandes blocos econômicos, ela traz o exercício do pensar sobre o significado que cada homem pode dar à sua própria vida e, ao mesmo tempo, consegue apontar para um caminho de liberdade.
Nesse papel filosófico, não apenas do intelectual, mas também da própria universidade, cabe a construção de uma visão abrangente e dinâmica do que é o mundo, do que é o país, do que é o lugar, e o papel de denúncia, isto é, de proclamação clara do que é o mundo, o país, e o lugar, dizendo tudo isso em voz alta. Essa crítica é o próprio trabalho do intelectual e poderia ser o trabalho do professor e do pesquisador.
Bibliografia
- FLUSSER, Vilém. Filosofia Da Caixa Preta: Ensaios para uma Futura Filosofia da Fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
- JAPIASSU, Hilton. Nascimento e Morte das Ciências Humanas. Rio de Janeiro (RJ): Editora Francisco Alves, 1978.
- SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. São Paulo: Nobel, 1987.
- SANTOS, Milton. O País Distorcido: O Brasil, a Globalização e a Cidadania. Publifolha: São Paulo, 2002.
-SANTOS, Milton. Encontros. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2007.
- SANTOS, Milton. Por uma outra Globalização: do Pensamento Único à Consciência Universal. Rio de Janeiro: Record. 19ª edição, 2010.
- SILVA, Maria Auxiliadora da & JÚNIOR, Rubens de Toledo. Encontro com o Pensamento de Milton Santos: a Interdisciplinaridade na Sua Obra. Salvador: Universidade Federal da Bahia. Mestrado em Geografia, 2006.
ADRIANA GOMES VENÂNCIO é Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Brasília (UnB), Mestra em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Historiadora pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Há mais de 15 anos vem atuando como educadora, pesquisadora e consultora de projetos na área de História e Educação Patrimonial. É coautora da Coleção Conhecer e Crescer de História, pela Escala Educacional, autora de artigos para revistas e livros didáticos e leitora crítica de Coleções de História para editoras do segmento educacional


FONTE: Portal Ciência e Vida

domingo, 26 de agosto de 2012

Variedade resistente à seca pode garantir produção

Terça-Feira, 21/08/2012, 17:28:23 - Atualizado em 21/08/2012, 17:35:01
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Variedade resistente à seca pode garantir produção (Foto: Reprodução/Internet)
(Foto: Reprodução/Internet)
Em cinco anos, a agricultura brasileira pode ganhar um aliado para superar problemas climáticos que ameaçam a produtividade no campo. Um grupo de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) conseguiu isolar um gene do café resistente à seca. Os testes feitos em plantas de laboratório agora estão sendo estudados em culturas comerciais, como cana-de-açúcar, soja, milho, arroz e trigo.

“O gene sozinho confere tolerância bastante longa em período de estiagem. Uma planta modelo conseguiu resistir até 40 dias sem água. As que não receberam o gene morreram em 15 dias.”

O projeto começou a ser desenvolvido em 2007, quando 100 pesquisadores começaram a isolar os 30 mil genes do café, identificando as características de cada um deles. De acordo com Romano, a análise do gene resistente à seca estava voltada, inicialmente, para as regiões que mais sofrem com a estiagem no país. Apenas nesta safra, a produção de grãos do Semiárido nordestino sofreu perda de 80% em função da seca histórica que afeta a região.

O resultado da experiência no campo deve ser apresentado no final do ano que vem, segundo Romano. “A gente acredita que vai funcionar porque a transgenia é capaz de expressar corretamente as características [testadas em laboratório] nas outras espécies e com isso será possível manter produtividade durante o período de estiagem, quando diminui a produção no campo”, disse ele.

Além da expectativa de aumento ou manutenção dos níveis de produção, os pesquisadores acreditam que será possível reduzir custos e os impactos ambientais provocados pela atividade. Atualmente, a agricultura é apontada como responsável por 70% do consumo de água doce no mundo, em função, principalmente, das culturas irrigadas.

“Uma série de culturas mantém produtividade à base de muita irrigação. Os custos disso são embutidos no produto final. Com menos necessidade de água, os custos vão diminuir também”, explicou o pesquisador. (Agência Brasil)

fonte: Diario online

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Belém entre as piores no ranking do saneamento

Sexta-Feira, 17/08/2012, 15:31:44 - Atualizado em 17/08/2012, 16:26:50
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Belém está entre as piores grandes cidades no quesito saneamento básico. Os dados foram equiparados em um ranking sobre os dados de saneamento básico das cem maiores cidades brasileiras. Belém ocupa a 95ª posição do ranking.
A região norte, em geral, tem péssima colocação, sendo que as cinco capitais com pior desempenho estão situadas na região (Boa Vista, Rio Branco, Belém, Porto Velho e Macapá). Entre as dez últimas colocadas, seis cidades são da região norte, e três delas estão no Pará: Belém, Santarém e Ananindeua.
No ranking, os melhores resultados ficaram com cidades fora das capitais. Nas dez primeiras posições estão cidades do litoral e do interior de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A capital com melhor desempenho é Brasília (DF) e a de pior desempenho é Macapá.
Os dados que compõem o ranking fazem parte de um levantamento feito pela organização Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria especializada em saneamento básico, a OG Associados. O estudo foi divulgado nesta sexta-feira (17) e teve como base informações coletadas em 2010, do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, publicado pelo Ministério das Cidades.
Entre os critérios para a classificação das cidades estão os investimentos feitos durante o período, o atendimento total de água, a receita do município, as ligações faltantes para a universalização e a quantidade de novas ligações de água, além da perda de água, entre vazamentos,  desperdício, roubos ou ligações irregulares.
O parâmetro de universalização considerado pela pesquisa é de 95% dos lares atendidos, sendo que a maior parte dos municípios está longe de atingir a meta

fonte: (DOL)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

11/08/2012 05h43 - Atualizado em 11/08/2012 07h56

Em casa, basta separar o lixo entre produtos recicláveis e não recicláveis

Papéis sujos, guardanapos usados são considerados rejeito e, portanto, não recicláveis. Veja outras dicas de como ajudar na coleta seletiva

O ciclo da reciclagem pode e deve começar em casa. Não demanda tanto esforço e não é necessário ter lixeiras de cores diferentes, para cada tipo de material. De acordo com a gerente de Educação Ambiental da GEAM do Instituto do Meio Ambiente (INEA), Pólita Gonçalves, basta fazer a separação para a coleta seletiva simples: separar os recicláveis dos não recicláveis. Nesse caminho, algumas dúvidas podem surgir, por exemplo, onde jogamos guardanapos de papel sujos? E o copo de plástico sujo de cafezinho?
Separação de lixo (Foto: Reprodução de TV)Separação de lixo (Foto: Reprodução de TV)
Segundo a gerente, duas lixeiras são suficientes, pois quando o lixo chegar às cooperativas e usinas de reciclagem uma nova triagem será feita. No lixo orgânico, ou úmido, devemos depositar os restos de alimentos, cascas, ossos, pó de café e chá. De acordo com Pólita, uma alternativa para o lixo orgânico é a criação de composteiras, em casa, para transformar os resíduos orgânicos como cascas de legumes e frutas em composto.

Já no local de lixo seco depositamos todos os materiais possíveis de serem reciclados, como latas, plástico, vidro e papel. Nesse processo é importante que embalagens sujas de alimentos, como um pote de margarina ou caixa de leite, sejam enxaguados antes de irem para a lixeira.

Embalagens de caixas de leite, de suco (Tetra Pak) também são recicláveis. “Basta abri-las, lavá-las, acondiciona-las na lixeira de recicláveis e encaminha-las para a coleta seletiva”, diz Pólita. Segundo a especialista, papeis sujos de comida são considerados rejeitos e, portanto, não são recicláveis, devem ser depositados para os aterros sanitários.

De acordo com Pólita, é importante verificar se no município existe um programa municipal de coleta seletiva, e descobrir o dia que o caminhão passa para buscar os recicláveis. A dica da gerente é levar o material separado às cooperativas e organizações de catadores do bairro. Algumas iniciativas como o site Rota da Reciclagem apontam 3.400 postos de coleta, usinas e cooperativas, quel recebem materiais recicláveis em todo Brasil.

Já o óleo de cozinha deve ser separado e não deve ser despejado na pia, ele polui e degrada o meio ambiente. O ideal é que ele seja armazenado em uma garrafa , como a pet, bem vedada, e então entregue em algum posto de coleta. Pólita afirma que a separação de recicláveis é importante para que os demais resíduos voltem para seu ciclo produtivo. “É fundamental que eles sejam encaminhados para a reciclagem ou reutilização”, ressalta.

fonte: Globo Ecologia

Compostagem transforma restos de comida em adubo, até dentro de casa

Política Nacional de Resíduos Sólidos propõe alternativas que, uma vez adotadas, impediriam o ciclo destrutivo que o lixo promove na natureza

Carne, legumes, frutas, e óleos parecem inofensivos durante a preparação da refeição. Mas, se os restos desses alimentos, incluindo as cascas (até as de ovos) não tiverem tratamento, as conseqüências podem ser desastrosas para o meio ambiente. Essa matéria orgânica representa a maior parte dos resíduos sólidos enviados à coleta regular. Só que, hoje em dia, a Política Nacional de Resíduos Sólidos propõe alternativas que, uma vez adotadas, impediriam o ciclo destrutivo que o lixo promove na natureza. Uma delas é a compostagem, que tem sido adotada dentro de casa por aqueles que estão ligados à ecologia.
Compostagem (Foto: Divulgação)Sistema de compostagem  (Foto: Divulgação)
“A compostagem é a degradação dos resíduos orgânicos, é a transformação deles em adubo. É como se fosse a reciclagem da matéria orgânica. Há várias formas de se fazer isso, por exemplo, com galhos de árvores cortados em parques e clubes. Eu trabalho com resíduos de cozinha, como frutas, cascas, farinha e pão transformando esses restos em húmus através da compostagem doméstica ou da compostagem industrial, no caso de cozinhas industriais. A compostagem devolve ao solo os seus nutrientes”, conta Cláudio Vinícius Spínola de Andrade, diretor executivo da ONG, OSCIP e empresa Morada da Floresta.
Presente no segundo capítulo da lei nº 12.305, que discrimina as definições da Política Nacional de Resíduos Sólidos, e no terceiro capítulo, sobre as responsabilidades dos geradores e do poder público, a compostagem hoje é obrigação de todos. “Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido”, diz o capítulo V do artigo 36, que fala sobre responsabilidades. De acordo com Cláudio, a ação é muito pouco praticada no Brasil.
“No meio rural é natural, porque há um ciclo. A fruta cai do pé, a galinha come e depois suas fezes viram adubo. Os resíduos têm um ciclo ecológico. Na cidade, temos que fazer nós mesmos, dentro de apartamentos, em quintais etc”, diz Cláudio, que começou a desenvolver projetos nessa área em 1999. “Comecei a desenvolver permacultura nessa casa onde está hoje a Morada da Floresta, na época em que vim estudar artes plásticas em São Paulo, e comecei a fazer as primeiras experiências com compostagem. Tinha anseio de transformação social, queria gerar mais impacto.”
Sistema de armazenamento para compostagem (Foto: Divulgação)Sistema de compostagem (Foto: Divulgação)
O primeiro aparelho de Cláudio foi feito com tonéis de ferro de lixo de 200 litros. Ele furava o fundo para drenar o líquido, colocava resíduos e separava com uma tela dos resíduos que jogava por cima. A cobertura era de folhas. O processo era totalmente artesanal. Depois que teve acesso às minhocas californianas, mudou o esquema. Hoje, ele encaixa três caixas modulares de plástico umas nas outras e, no fundo delas, terra, minhocas e os alimentos. As duas de cima (caixas digestoras) digerem os resíduos orgânicos e a de baixo (caixa coletora) recolhe o chorume que escorre e joga fora por uma torneira.
“É um sistema prático, compacto, higiênico e de fácil manuseio, que não produz cheiro nem atrai insetos. A minhoca californiana acelera a compostagem, pois come restos de alimentos e seu esterco vira húmus”, diz Cláudio.
Todo mundo tem como colaborar, mesmo que seja montando seu próprio sistema caseiro. O que falta é vontade e, claro, conscientização

fonte: globo ecologia
11/08/2012 05h44 - Atualizado em 11/08/2012 07h45

Política Nacional de Resíduos Sólidos quer acabar com lixões até 2014

Lei sancionada em 2010 responsabiliza empresas e cidadãos pelo gerenciamento do lixo e reciclagem de produtos passíveis de reaproveitamento

Uma revolução em termos ambientais, o projeto de lei nº 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi sancionado em 2010, durante o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de mais de duas décadas tramitando no Congresso Nacional e, desde então, vem mudando toda a logística do lixo no Brasil. O gerenciamento de resíduos, incluindo aí os perigosos, a responsabilidade dos geradores e do poder público e os instrumentos econômicos aplicáveis ganharam regras e metas que devem ser cumpridas por toda a sociedade.
Silvano Costa (Foto: Divulgação)Silvano Costa: "Política Nacional de Resíduos
Sólidos é muito moderna" (Foto: Divulgação)
“A Política Nacional de Resíduos Sólidos demorou mais de duas décadas para ser aprovada, porque ficou tramitando no Congresso. Agora, do ponto de vista mundial, temos algo bastante moderno. A lei deixa o Brasil em patamar de igualdade com países da Europa desenvolvidos”, comenta Silvano Costa, diretor do Departamento de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos tem um conjunto de instrumentos que a distingue como política pública. Com a sanção da lei, que distingue resíduo de rejeito, o Brasil passou a ter um marco regulatório nesta área. Resíduo é o lixo que pode ser reaproveitado ou reciclado e rejeito é o que não é passível de aproveitamento. A lei trata de todo tipo de resíduo: doméstico, industrial, construção civil, eletroeletrônico, da área de saúde etc.

“A lei trabalha com a finalidade de reciclar o máximo possível. Ela cria hierarquia para a gestão e o gerenciamento de resíduos e sugere prevenção, reutilização, tratamento e disposição em aterros somente dos rejeitos. Ela também coloca o gerador de resíduos como responsável por sua destinação, não tirando da Prefeitura a sua responsabilidade”, diz Silvano Costa.

Antes da sanção da lei, o único responsável pelos resíduos era o município. Agora, não só a Prefeitura como também empresas e cidadãos comuns tem como dever cívico cuidar do seu lixo. O documento entende por geradores de resíduos sólidos pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo. A Política Nacional de Resíduos Sólidos inaugura na legislação ambiental o princípio do protetor-recebedor, que se diferencia do poluidor-pagador, termo já consagrado no direito ambiental mantido na lei (aquele que tem obrigação de arcar com os custos da reparação por ele causado ao meio ambiente), por ser a figura remunerada por ter deixado de explorar um recurso natural em benefício do meio ambiente e da coletividade, ou promoveu alguma ação com o mesmo propósito.
Coleta de lixo (Foto: Divulgação)Coleta seletiva (Foto: Divulgação)
“Ela considera a questão do poluidor-pagador como princípio importante para a responsabilidade compartilhada. Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes agora são obrigados a fazer o caminho de volta e essa responsabilidade acabou criando a logística reversa, que é o caminho de volta dos resíduos. Ela responsabiliza as empresas pelo recolhimento de produtos descartáveis”, explica Silvano.

Um dos princípios e objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, previsto no artigo sexto do capítulo 2, é “a integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.” Na época da sanção, o então presidente Lula ressaltou como “maior mérito da lei a inclusão social de trabalhadores e trabalhadoras esquecidos e maltratados pelo Poder Público”.

O artigo 54 da Política Nacional de Resíduos Sólidos impõe a exposição de resíduos de forma adequada em aterros até 2014, o que significa que até a Copa do Mundo os lixões devem ser eliminados das cidades brasileiras. “O esforço pela reciclagem é simultâneo. A obrigação de todas as partes é lutar para eliminar os lixões, reciclar o que for passível de reciclagem e enviar os restos a aterros”.

fonte: globo ecologia