domingo, 31 de março de 2013

A Mineração no Pará repercute bem no PIB

O bom desempenho da indústria mineral ao longo desta década tem repercutido positivamente na distribuição do Produto Interno Bruto (PIB) do Pará. Considerando os dados de 2005, quando o valor produzido da indústria mineral foi de US$ 5,8 bilhões e o PIB de US$ 22,2 bilhões, a participação do setor foi de 26%. Em 2006 foi de 27,6%, enquanto que em 2007 aumentou para 28,6%. Já em 2008 não foi diferente, com um PIB na ordem de US$ 35 bilhões, a fatia da indústria de mineral passa para 35,1%.

As estatísticas da indústria mineral do Pará divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) indicam uma produção de US$ 12,3 bilhões em 2008. Isso representa um avanço de 44,7% se comparado com o ano anterior. Por setor, a indústria extrativa teve a maior participação, com quase 66% da produção e a de transformação, 34,3%. Na divisão por commodities, o minério de ferro continua liderando o ranking, respondendo por 41,4% da produção, seguido pela alumina (13,8%), alumínio (12,0%), bauxita (8,0%) e cobre (7,8%).

Os indicativos alvissareiros refletem um mercado aquecido que perdurou até setembro de 2008, quando evoluiu a crise financeira mundial que ainda persiste. Paulo Camillo Penna, presidente do IBRAM, se mostra otimista ao avaliar o cenário da crise econômica. Para ele, os resultados da mineração no Pará demonstram o vigor e a importância da atividade para o Estado, ainda que em um cenário de forte retração econômica. “É muito importante que o Governo do Estado e municípios mineradores permaneçam mobilizados para o atendimento da retomada da demanda mundial por minérios, o que deve ocorrer a curto prazo”.

Atualmente, dez municípios contribuem com os principais bens produzidos no Pará: Parauapebas, Barcarena, Marabá, Canaã dos Carajás, Oriximiná, Ipixuna do Pará, Paragominas, Itaituba, Breu Branco e Floresta do Araguaia. O município de Parauapebas responde por 46,3% do total produzido, puxado pelo minério de ferro, que sozinho responde por 41,7% do valor produzido no Pará. Já Barcarena, onde há a efetiva participação da alumina e alumínio, o percentual é de 27%. O terceiro, Marabá, responde por 8,5% (ferro-gusa e manganês), seguido de Canaã dos Carajás (7,8%), com o minério de cobre.

Acima das previsões - A Contribuição Financeira pela Exploração de Minerais (CFEM) oriunda da indústria extrativa mineral alcançou US$ 130 milhões em 2008. A compensação creditada aos municípios onde ocorre atividade mineradora vem, sistematicamente, superando as previsões do IBRAM e outros órgãos do setor, refletindo, como já citado, em um mercado aquecido que dominou o ano.

De acordo com Alberto Rogério da Silva, consultor do IBRAM e responsável pelo levantamento dos indicadores da indústria mineral, o aquecimento do setor também se reflete no crescimento do estado e, especialmente, das regiões mineradoras. “As contribuições pagas pelas mineradoras são aplicadas em projetos que beneficiam a comunidade local”, comenta.

Parauapebas levou a maior fatia com US$ 85,7 milhões, ou 65,9%. Em seguida aparece Oriximiná (US$ 14,8 milhões) e Canaã dos Carajás (US$ 14,7 milhões), Ipixuna do Pará (US$ 5,7 milhões), Marabá (US$ 5,2 milhões), Paragominas (US$ 2,3 milhões) e Floresta do Araguaia (US$ 543,5 mil).

Em uma análise do especialista, focando o período evolutivo, de 2005 a 2008, observam-se dois cenários: o do Pará, com performance média de 38% ao ano, direcionado por Parauapebas, que cresceu praticamente o dobro (69,2% anuais). E o dos demais municípios, em escala mais modesta, onde sobressai Canaã dos Carajás, direcionando o futuro da curva com 54,3% anuais. Oriximiná já alcançou sua estabilidade, o mesmo ocorrendo com Ipixuna do Pará. Marabá ainda deverá incrementar mais, após o start up do projeto Salobo (cobre).

Do quantitativo de US$ 10,7 bilhões que o Pará exportou em 2008, 85% representam a base mineral (US$ 9 bilhões), cujos principais destinos foram: Ásia com 333,2%, União Européia (30,5%) e Nafta (19,75%). Os demais mercados, juntos, somaram 16,6%. A indústria mineral tem gerado um fluxo considerável de economia na região, em face dos investimentos que os projetos internalizam. Tal fato reflete, fortemente, na distribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) gerado. No primeiro trimestre de 2009, a somatória do ICMS no Pará foi de cerca de US$ 92 milhões.

Considerando os quatorzes primeiros municípios que receberam ICMS no período analisado, a metade é de base mineral e responderam por 34,8% do montante: Parauapebas (9,7%), Marabá (6,4%), Barcarena (6,3%), Tucuruí (5,2%), Oriximiná (3,1%), Canaã dos Carajás (2,1%), Paragominas (1,4%) e Itaituba (1,1%). Desse universo, merecem destaques os avanços de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá, este superando Barcarena; além de o surgimento de Paragominas, que deve aumentar, significativamente, sua participação; e Itaituba, como reflexo das empresas que pesquisaram ouro na região, em 2008.
Jornal a Cidade
 
Fonte: Blog Gilson Vasconcelos