domingo, 11 de novembro de 2012

Economia Verde defende modelos de produção mais sustentáveis

Agricultura orgânica e energia alternativa criam novos modelos de negócio

É possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do planeta? Um dado alarmante, publicado pela ONG norte-americana Global Footprint Network, revelou que o ser humano tem consumido mais do que a capacidade de recomposição da natureza pode suportar. Se o desenvolvimento econômico é baseado no consumo, cria-se, dessa maneira, uma espécie de cheque-mate para o futuro do planeta. Como fazer com que economias mundiais possam crescer e vencer suas crises sem agredir o planeta? A resposta pode estar no termo economia verde.
O relatório “Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da
Pobreza – Síntese para Tomadores de Decisão”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), define economia verde como aquela que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e promove a igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e a escassez ecológica. Ou seja, uma economia verde prevê baixa emissão de carbono e eficiência no uso de recursos naturais, além de ser socialmente inclusiva.
Felipe Guanaes (Foto: Divulgação)Luiz Guanaes, diretor do Núcleo Interdisciplinar
de Meio Ambiente da PUC-RJ (Foto: Divulgação)
Segundo o relatório do PNUMA, no regime de economia verde, o crescimento de renda e de emprego deve ser impulsionado por investimentos públicos e privados, que priorizem a redução das emissões de carbono e da poluição, aumentando a eficiência energética e o uso de recursos. Dessa maneira, previnem-se perdas de biodiversidade do planeta.
O Programa das Nações Unidas alerta que para a transição de uma economia marrom, que depende excessivamente da energia proveniente dos combustíveis fósseis, para a verde, que explora os recursos renováveis, são necessárias determinadas condições facilitadoras. Isso inclui regulamentos nacionais, políticas, subsídios e incentivos, mercado internacional e infraestrutura legal e protocolos comerciais e de apoio. Para Luiz Felipe Guanaes, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC (Unima), a conscientização do consumidor ditará as mudanças nos modelos econômicos.
“O mercado não é uma coisa fixa, ele vem se transformando desde o dia em que surgiu e a sua grande força de mudança é o consumidor, com seus impulsos de compra. A partir do momento em que a sociedade se conscientizar sobre o problema do meio ambiente, a tendência será a demanda por produtos ecologicamente corretos. Quanto mais consciente for o consumidor, mais ele exigirá meios de produção responsáveis em termos ambientais. Para isso, é preciso adequar o modo de produção atual”, explica o professor.

Ações em economia verde
Conforme explica Guanaes, a agricultura orgânica é uma alternativa de produção que vem assumindo cada vez mais espaço no incremento da economia verde no Brasil. “Há 25 anos, não havia demanda para esse tipo de produto, sendo que hoje esse mercado movimenta cerca de R$ 5 bilhões. Entretanto, esses produtos ainda sofrem sobretaxa devido à falta de investimento em tecnologia para baratear a produção, ficando mais caros que os tradicionais. Se conseguirmos baratear o preço dos vegetais orgânicos, incluindo também a implementação de cooperativismos mais inteligentes, eles baterão de frente com os tradicionais”, destaca.

O professor cita como exemplo a Alemanha, onde a agricultura orgânica ocupa 40% do mercado de produtos agrícolas. “Lá, há também o conceito do lixo como forma de energia. O incremento do mercado de reciclagem é uma oportunidade fantástica em todo o mundo. Na Alemanha, foi adotada uma rede de economia verde para a agricultura orgânica. A partir do lixo, grandes usinas de compostagem produzem matéria de orgânica que serve de adubo, barateando o cultivo orgânico. Ou seja, uma quantidade de energia que passava a ficar parada nos lixões, comprometendo o meio ambiente, é transformada em energia”, ensina.

No que diz respeito ao aproveitamento de energias renováveis, desde 2004, o Brasil tem investido na criação de parques com aerogeradores (hélices que fazem a captação do vento para geração de energia), que entraram em funcionamento em 2006. Como explica a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, (Abeeólica), Elbia Melo, o país possui um clima propício para esse tipo de geração de energia, que corresponde a 1%, dos 17% provenientes de fontes alternativas, do total da matriz energética do Brasil. “Nós brasileiros começamos a perceber que a nossa produção de energia eólica é muito melhor que nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, pois nossos ventos são melhores, além das condições do clima. Basicamente, empresas brasileiras que investem em produção de energia alternativas optam também pela eólica”, aponta a presidente.

fonte: Globo Ecologia
25/08/2012 06h46 - Atualizado em 25/08/2012 08h33

Como reutilizar resíduos no dia a dia

Aprenda a fazer compostagem, vassoura de garrafa PET e cesta de jornal

É difícil colocar em prática o consumo sustentável sem antes repensar o grande desperdício de resíduos na sociedade brasileira. “É praticamente impossível viver sem produzir restos, mas podemos diminuir a produção e reaproveitar ao máximo o que geramos”, observa Naira Tavares, consultora ambiental da ONG Ecomaparapendi.
É possível reutilizar esses resíduos, mesmo os orgânicos – como restos de comida – para produzir bens utilizados no dia a dia e ajudar a extrair menos recursos da natureza. “Ao reaproveitar os resíduos tanto orgânicos quanto inorgânicos estamos gerando menos lixo e assim impedindo que ele seja descartado incorretamente”, ressalta Naira. “O melhor resíduo é aquele que não foi gerado, ao reutilizar um resíduo damos uma nova utilidade a ele, impedindo seu descarte”.
Um exemplo de reaproveitamento dos resíduos é a compostagem, pela qual é possível transformar sobras de alimentos em adubo para plantas. “A composteira proporciona terra adubada e rica em nutrientes, podendo ser utilizada em qualquer tipo de plantio, inclusive o de hortas”, explica Naira. “Sugiro o cultivo de temperos e plantas adequadas a apartamentos.” Veja abaixo o passo a passo da compostagem e da produção de outros objetos a partir de resíduos reciclados:
Compostagem em casa

Material necessário: caixa plástica com tampa – tamanho 42x30x13, ou aproximadamente 13 litros; bandeja plástica; ferro de solda; luvas; faca ou tesoura; espátula ou colher de pau; esterco seco ou húmus - compra-se em floriculturas; restos de cascas de frutas, legumes, verduras, cascas de ovos, sementes, restos de poda (resíduos orgânicos); terra seca; e pó de café usado pouco úmido (borra de café).
Etapas:
1ª - Faça furos pequenos (no diâmetro do ferro de solda) no fundo da caixa e na tampa usando o ferro de solda;
2ª - Disponha na caixa os resíduos na seguinte sequência: uma camada de terra seca; uma camada de resíduos orgânicos (cascas de frutas, legumes, verduras, restos de poda); uma camada de húmus ou esterco seco; uma camada de terra seca; uma camada de resíduos orgânicos; e uma camada de esterco. No final, coloque a bandeja por baixo da caixa para reter a terra;
Compostagem (Foto: Divulgação/Recicloteca)Disposição dos resíduos na caixa para fazer a compostagem (Foto: Divulgação/Recicloteca)

3ª Misture bem o composto a cada três dias usando a espátula e as luvas. O composto estará pronto quando: estiver homogêneo, ou seja, com a mesma cor e mesma textura; exalar cheiro de terra; estiver escuro - com aspecto de borra de café seca ou terra boa; e a maioria dos resíduos estiver decomposto.
Observações:

1) Para evitar o mau cheiro e a proliferação de insetos, salpique borra de café, palha seca ou serragem por cima da compostagem;
2) Não utilize alimentos cozidos, temperados, contendo sal ou açúcar, porque estes atraem insetos e animais indesejáveis. O óleo, temperos e conservantes, dificultam o processo de decomposição dos alimentos, dando tempo para a ação de insetos e animais indesejáveis;
3) Todos os resíduos orgânicos devem ser picados;
4) Evite o excesso de alimentos cítricos, a acidez faz com que o processo de decomposição demore mais;
5) É normal e desejável que a temperatura no composto se eleve. Use o dedo como termômetro e sinta a terra morna;
6) É normal o aparecimento de algumas moscas de fruta (Drosophila sp.) e de fungos durante a decomposição;
7) É importante não compactar as camadas na caixa, o material deve estar solto para que haja oxigênio entre camadas.
No site da Recicloteca também é possível encontrar um vídeo didático com uma técnica simples para fazer uma composteira dentro de casas e apartamentos.
Vassoura de PET
Material necessário: 18 garrafas PET de 2 litros; cabo de vassoura; tesoura; estilete; furador; arame; martelo e pregos.
Etapas:
1ª Retire o rótulo da garrafa;
2ª Retire o fundo da garrafa com auxílio do estilete;
3ª Faça cortes na garrafa até a parte mais arredondada. A garrafa deve ficar com tirinhas de cerca de 0,5 cm;
4ª Retire o gargalo com a tesoura;
5ª Faça 17 peças sem gargalo e deixe uma com;
6ª Encaixe as peças sem gargalo, uma a uma, por cima da peça com gargalo.
7ª Corte a parte superior de outra garrafa e encaixe por cima da base da vassoura que acabou de preparar;
8ª Faça dois furos e encaixe o arame, atravessando todas as camadas de garrafas;
9ª Puxe o arame até o outro lado e torça as pontas para arrematar;
10ª Fixe as peças com o auxílio de dois pregos e está pronta a vassoura!
Vassoura de garrafas PET (Foto: Divulgação/Recicloteca)Passo a passo da vassoura de garrafas PET (Foto: Divulgação/Recicloteca)

Cesta de jornal

Material necessário: folhas de jornal ou revista; tesoura e verniz.
Etapas:
1ª Corte uma folha inteira de jornal em quatro partes, ao comprido. Enrole cada uma das quatro partes a partir da ponta, na diagonal, para fazer os canudos de jornal. Dica: deixe uma das pontas do canudo mais apertada que a outra;
Cesta de jornal (Foto: Divulgação/Recicloteca)Exemplo de como trançar os canudos de jornal
para fazer a cesta (Foto: Divulgação/Recicloteca)
2ª Separe sete canudos de jornal para começar a trançar. Coloque na mesa quatro canudos (canudos 1 a 4), um ao lado do outro, com distância de aproximadamente 2 cm entre eles. Para traçar a cesta:
- Pegue o canudo 5 e comece a trançar perpendicularmente aos outros quatro, na porção central. Passe por cima do canudo 1, por baixo do canudo 2, por cima do canudo 3 e por baixo do canudo 4.
- Pegue o canudo 6 e repita a operação, dessa vez começando por baixo do canudo 1, por cima do 2, por baixo do 3 e por cima do 4.
- Trance o canudo 7 da mesma maneira que o canudo 5 e o canudo 8 da mesma maneira que o 6;
3ª Pegue uma das pontas do canudo 1 e comece a trançar, passando por baixo do canudo 2, por cima do 3, por baixo do 4, por cima do 5, por baixo do 6 e assim sucessivamente;
4ª Quando o canudo 1 estiver quase todo trançado, pegue um novo canudo e emende nele para continuar a trançar. Dica: encaixe a ponta do canudo novo por dentro ou por fora da ponta do canudo 1 - lembre-se que os canudos tem uma ponta mais justa que a outra;
5ª Continue trançando até atingir o tamanho desejado para a cesta. Dica: para fazer cestas mais altas, é possível emendar novos canudos nos canudos da base (2, 3, 4, 5, 6 e 7).
6ª Quando alcançar o tamanho desejado, faça os arremates escondendo as pontas que sobrarem.
Dica: passe verniz na cesta para impermeabilizá-la. Se preferir, use verniz incolor para depois dar um acabamento com tintas coloridas.
fonte: Globo Ecologia

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Pará também sofre com o clima

Sexta-Feira, 02/11/2012, 07:31:51 - Atualizado em 02/11/2012, 07:31:51
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Assim como aconteceu nos Estados Unidos, onde cidades ficaram destruídas pelo furacão Sandy, o Pará não está livre das catástrofes naturais que podem desabrigar milhares de pessoas ou provocar alguma devastação em diversas cidades. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), considera mínimas as possibilidades de um furacão em nossa região, porém ressalta que inúmeros minitornados têm sido registrados no Estado, além da constante formação de trombas d’águas em rios próximos a Região Metropolitana de Belém, Marajó e Santarém, nos últimos dois anos.
E são vários os fenômenos naturais que podem desabrigar população de uma cidade inteira ou parte dela. A nossa região vive sob as transformações provocadas por diversas mudanças climáticas e isto tem preocupado a comunidade meteorológica. “Eu não acredito que o nosso Estado esteja totalmente imune a estes desastres ambientais, sempre tem acontecido minitornados”, ressaltou o coordenador do inmet José Raimundo Abreu.
Minitornados são rajadas de vento cuja velocidade varia de 70 Km/h até próximo a 115 Km/h (velocidade que já se consiste de um tornado). Quando isso acontece em áreas urbanas casas são destelhadas e árvores são arrancadas, o que gera transtornos para a população.
Somente na semana passada, duas ocorrências deste tipo de fenômeno foram registradas em Conceição do Araguaia, na região sudeste paraense. Lá os ventos chegaram a uma velocidade de 83,4 Km/h e provocou pânico entre os moradores.
Na capital, os ventos chegaram a atingir uma velocidade de 70 Km/h, neste segundo semestre. E o mais alarmante é que em algumas áreas formaram redemoinhos – círculos parecidos com um furacão. “A diferença entre os redemoinhos e os furacões é que os furacões acontecem nos oceanos e os ventos atingem uma velocidade de 130 Km/h e estão relacionados a elevado grau de salinidade e aquecimento das águas do mar”, definiu.

CHEIA
Em relação a preocupação se Belém, que é cercada por rios, corre o risco de sofrer alguma inundação por conta de possíveis maremotos ou terremotos, o meteorologista, a princípio, descartou a hipótese. “Não se tem dados científicos que o oceano irá inundar Belém e o arquipélago do Marajó, embora já se tenha observado um pequeno avanço do mar em Outeiro e na região litorânea”, colocou José Abreu.
Este avanço do mar tem sua origem no aquecimento global, pois as águas do oceano sofreram um aumento de temperatura. “Se você coloca a água para ferver numa panela vai perceber um aumento em seu volume, o mesmo acontece com os rios e mares que sofrem ação do aquecimento global”, comparou o meteorologista.
Em diversas cidades do oeste do Estado, também é comum a população sofrer as consequências do período de cheias e de secas dos rios durante épocas climatológicas distintas do ano. Nestas localidades, as prefeituras chegam a decretar estado de emergência e centenas de famílias são levadas para abrigos porque tem as casas invadidas pelas águas durante o inverno amazônico e sofrem escassez de alimentos durante a estiagem.
(Diário do Pará)
fonte: Diario online